No princípio do ano de 2017 fiz um pequeno post na minha págiana de FB Endometriose e Dor Pélvica citando as palavras da Dra. Radmila Jovanovic, que dizia que a endometriose tem origem no sofrimento das mulheres, que é acumulado e passado de mãe para filha. Quando a Dra. Radmila me disse isso, a revelação fez todo o sentido para mim e tomei a decisão deliberada de investigar mais sobre o assunto.

Desde o princípio desse ano para cá tenho aprendido bastante sobre essa faceta da endometriose.
Quando nos abrimos ao tratamento natural, acabamos por aprender que é preciso ir atrás da raiz de cada doença, não só tratar, amenizar, ou camuflar os sintomas. Quando não vamos à origem do problema para resolvê-lo e só silenciamos os sintomas, acabamos não tratando do problema, e ele permanece connosco para sempre. A doença se torna então crónica, como é o caso da endometriose.
Então qual é a origem da endometriose?
Nos é dito que é uma doença hereditária, que temos uma predisposição no ADN para tê-la, ou que é causada pela menstruação retrógrada. A menstruação retrógrada parece-me ser a explicação física mais acertada para a doença. Mas em que momento é que o nosso ADN saudável, passa a ter uma predisposição para a doença? O que é que faz com que o ADN deixe de estar organizado de forma funcional e faça aparecer uma pequena partícula que muda a sua composição e o transforme num ADN predisposto a endometriose?
Ao rumar pela cura natural, acabei por aprender que a endometriose não tem só causas físicas. Tem origem mental e também espiritual. Qualquer uma dessas causas pode desencadear o desenvolvimento da endometriose.
Causa Mental:
Segundo o livro “Heal Your Body” – Cure o seu Corpo -, de Louise Hay
“Tanto aquilo que acontece de bom na nossa vida como aquilo que nos retira a paz são resultados de padrões mentais de pensamento que formam as nossas experiências. Todos nós temos muitos padrões de pensamento que produzem o bem, experiências positivas, e desses nós disfrutamos. Mas são os padrões de pensamento negativos que produzem o que nos traz desconforto, más experiências com as quais nos preocupamos.”
Louise Hay, Heal Your Body, pag.5
O que Louise Hay quer dizer aqui é que os nossos padrões de pensamento se somatizam no nosso corpo. Tanto trazendo um estado de saúde saudável como levando-nos a desenvolver certas doenças.
Em relação ao padrão de pensamento que origina doenças femininas do foro reprodutivo, como amenorreia, dismenorreia, miomas, leucorreia, problemas menstruais e vaginites, Louise pronuncia-se assim:
“Negação de si mesma. Rejeição da sua feminilidade. Rejeição do princípio feminino.”
Louise Hay, Heal Your Body pag.34
Há muito tempo atrás que mesmo sem termos consciência, nós mulheres nos negamos a nós mesmas, À nossa essência…
Todas sabemos então que o principal sintoma da endometriose é a dismenorreia- as horrorosas, traumáticas e insuportáveis dores durante a menstruação.
E eu pergunto, então, é-te familiar esse padrão de pensamento? Eu activamente neguei-me a mim mesma muito cedo, desde a adolescência por sentir o ser mulher como ser fraca, ser vulnerável, constantemente à mercê da vontade masculina, ser um ser que julga e maltrata com mesquinhês as outras mulheres como ela, com competição, com fofoca, com categorizações negativas. Eu quis ser rapaz!
Sabemos também que a endometriose é uma doença inflamatória. Vejamos o que diz o livro sobre inflamação:
“Medo. Ver vermelho. Pensamento inflamado”
Louise Hay, Heal Your Body, pag 44
Tentemos combinar as duas coisas. Tens algum medo, alguma raiva, algum ressentimento relacionado com ser mulher? Andar na rua dá-te medo? Andar na rua à noite dá-te medo? Estar na presença de um homem desconhecido dá-te medo? Estar sozinha com um homem dá-te medo? Ir ao ginecologista dá-te medo? Tens esse medo no teu presente? Tiveste no teu passado? Dá uma pequena análise à tua vida para veres quantas vezes o medo está presente nela por semana, por dia. Como foi (está a ser) a tua adolescência, que coisas estavam pairando no teu inconsciente na tua infância, nas tuas experiências durante toda a vida. Identificas algum padrão de pensamento que te acompanhou toda a vida que seja parecido com o que sugere o livro?
Se sim, fica a saber e acredita que mudando esse padrão de pensamento, podes curar a causa raiz endometriose, dos ovários policísticos, dos quistos e dos miomas, do que seja a tua condição física. Isto não é só para as doenças do foro reprodutor, mas para todas as doenças que possamos ter. Recomendo Louise Hay.
Atenção que não existem curas milagrosas. Nada acontece de um momento para o outro. Mudar o padrão de pensamento não é coisa fácil, especialmente porque às vezes procuramos saber porque temos esse tipo de pensamento e aí vamos acessar no nosso subconsciente memórias traumáticas que precisam ser curadas. A terapia e especialmente a terapia transpessoal ajuda muito nisto. Mudando o teu padrão de pensamento lentamente mudas tua forma de encarar a vida, as tuas ações na vida e aos poucos te vais vendo livre das consequências vividas causadas pelo antigo padrão de pensamento negativo que tinhas. É simples, mas pode ser desafiante e complexo também, profundo, pode ser doloroso também, gratuito se fizermos sem a ajuda de um terapeuta, não machuca ninguém e não tens nada a perder se te dedicares a mudar o teu padrão de pensamento.
Então aqui vai:
Para o padrão de pensamento “Negação de si mesma. Rejeição da sua feminilidade. Rejeição do princípio feminino.” Muda para “Eu me alegro na minha feminilidade. Eu amo ser mulher. Eu amo o meu corpo”
Louise Hay, Heal Your Body, pag. 34
Para o padrão de pensamento “Medo. Ver vermelho. Pensamento inflamado” muda para “O meu pensamento é pacífico, calmo e centrado.”
Louise Hay Heal your Body pag. 44
Presta atenção ao que pensas sobre ti mesma, sobre o quê e quem te rodeia e sobre as situações que vives. Quando vier o pensamento negativo, para, respira fundo e substitui pelo positivo.
Causa Espiritual - em que eu encontro paralelismo com a genética, a tal predisposição do ADN.
Os padrões mentais acima relatados não acontecem por acaso. Eles têm origem em condicionamentos sociais, e traumas vividos por nós, pelas nossas mães, avós, e restantes mulheres na nossa linhagem materna. Têm origem também na educação que nos foi inculcada. Para nós mulheres de cor, negras e latinas, a escravidão e colonialismo têm também os seus efeitos bem entranhados nos nossos ventres.
Aí aparece a questão de que quero falar: a transmissão transgeracional de trauma.
A transmissão transgeracional de trauma é nada mais nada menos do que o sofrimento, a dor, os traumas, os padrões negativos de pensamento criados, as situações difíceis vividas por pessoas de uma família que se arquivam no nosso ADN e vão passando de geração para geração. Não só eles passam de geração para geração como também se acumulam e vão aumentando consoante as experiências de vida de cada pessoa.
Digamos que a tua bisavó materna sofreu violência doméstica por parte do seu marido. Tua avó, gerada por ela, recebe a informação dos traumas que viveu a tua bisavó no seu ADN (lembras de quando eu perguntei em que momento se origina a disfunção no ADN?). Mas a avó por sua vez, vive no mesmo lar que a tua bisavó. Vê a tua bisavó, mãe dela, sofrer e sofre com isso. Sofre também ela mesma, porque o teu bisavô também a maltrata. Tua avó cresce e gera a tua mãe num útero que já acumulou o trauma da tua bisavó e da tua avó.
No seu ADN, a tua mãe carrega o sofrimento delas duas. A tua mãe por sua vez, cresce com uma disciplina tremendamente rigorosa, pois a tua avó faz os possíveis para que ela não caia nas mãos de qualquer tipo de homem que a maltrate. Tudo o que ela sabe é que os homens podem ser cruéis! “ Os homens não prestam” ; “Não vistas roupas curtas que te insinuas aos homens”; “É perigoso para uma mulher andar sozinha”: padrões negativos de pensamento gerados pelas vivências verdadeiras das mulheres anteriores, que passam de uma para a outra…
A tua avó no educar a tua mãe naquele tempo, fazia-o na base do decoro, do pudor, da mulher ter o comportamento perfeito e disciplinado, mas limitante e oprimido para não atrair maus interesses. Na verdade, se deveria corrigir o comportamento dos homens. A tua mãe cresce reprimida, com regras rígidas e quiçá falta de afeto de tão endurecida que já está a sua mãe. Procura então num homem afeto em abundância, porque o teu avô, pai dela também não dá, ou não está lá para dar. E resulta que o homem que dá afeto em abundância, não dá só a ela, mas a todas as mulheres em que põe os olhos. A tua mãe sofre, guarda a revolta.
Mas a tua mãe gera-te a ti que vais carregar no teu ADN o sofrimento da tua bisavó, tua avó e tua mãe. Já vens com tanto sofrimento e revolta acumulada que inevitavelmente ele se somatiza e se manifesta-se no teu ventre como a tua endometriose.
Esta é a transmissão transgeracional de trauma.
Por isso é que Dra. Radmila me tinha falado no sofrimento que passa de mãe para filha.
São coisas que podemos fazer um paralelo com a nossa alma (que carrega a nossa informação de ADN e de vidas passadas), e que precisam ser tratadas nesse foro também.
Quando digo que precisam ser tratadas nesse foro, não digo que obrigatoriamente te vás entregar a uma igreja ou um xamã para que as tratem, se bem que essas também podem ser opções. Mas na verdade, a psicologia pode te ajudar bastante com isto. Com sessões de terapia transpessoal, com meditação e sessões de constelação familiar podes ir trabalhando neste trauma em cadeia para que não só cures a ti mesma como também a todas as mulheres da tua linhagem que te antecederam e as que virão depois de ti. Vocês estão conectadas espiritualmente e por ADN. Por isso o sofrimento de uma passa para a outra em linha descendente. Mas também a cura de uma passa para outra em linha ascendente. E a geração que vem a seguir está livre de qualquer peso, ele já foi curado e eliminado.
Se alguma coisa aqui te faz sentido, procura informar-te pelos teus próprios meios sobre o que eu estou falar, para que não tomes a minha palavra como única. Procura informação sobre transmissão transgeracional de trauma, padrões mentais que causam doenças, terapia transpessoal, constelações familiares e Louise Hay.
Se achares que isto te faz sentido, toma as tuas próprias medidas, sempre em conformidade com os teus instintos.
Podes sim te curar da endometriose, dos quistos, miomas, hiperplasias do endométrio, síndromas do ovário policístico… Os caminhos são muitos e muito mais profundos do que aquilo que pensávamos.
Sara